quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

sem título

incandescente
o lume na noite
o mar murmura palavras 
com a sua morte
os seus abismos
na areia
quase vidro

labaredas
tão distantes que são estrelas
cuja gravidade não foi suficiente 
para prender a luz

fúria 
do negro manto 
rasgado pela palidez 
do astro morto
que nas ondas 
é espectro.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

sem título

um dique que contenha
um sismo que o rebente
uma onda que os liberte
o sangue e alma
e em torrente sejam
juntos
lama

retórica dos destroços

nem a retórica de Tísias venceria
o corvo que se banqueteasse no coração partido

dos amantes feridos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

sem título

a memória deve ser um atributo 
de efeitos ambíguos 
injusto sequer que exista
ora 
não seria mais justo estarmos todos em pé de igualdade 
com o presente?

advertência

não tomar a árvore pela floresta
nem comprimidos com vodka.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

homenagem

se por terem vivido tantos morreram  pelas chamas
nada 
mas nada
justifica que vivamos hoje como quem já morreu.
sem chama.