escreve-me um poema
com voz grave
e língua tímida entre dentes miúdos.
no seu corpo um astro morto
acende-se de asas abertas e plumagem de chamas
palavras âmnio
nascidas na maternidade de estrelas
dos teus pulmões.
sexta-feira, 19 de maio de 2017
quarta-feira, 3 de maio de 2017
sem título
quarenta mil quilómetros pelo meridiano
uma revolução completa
das auroras boreais não podes dizer que não existem
mas resta-te pequena uma memória incerta
como do tempo em que os animais falavam
uma volta intacta com dois equadores pelo meio,
das auroras boreais não podes dizer que não existem
mas resta-te pequena uma memória incerta
como do tempo em que os animais falavam
uma volta intacta com dois equadores pelo meio,
quatro trópicos,
e nem um achado arqueológico sobre o medo
ou tratado sobre a lama
ou tratado sobre a lama
só a fuligem de enxofre dos vulcões te recorda o que vieste fazer ao mundo.
eis a tarefa dos mortais. cuspir como a terra as entranhas e deixar que o vento espalhe as cinzas.
Subscrever:
Mensagens (Atom)