domingo, 14 de abril de 2013

talvez na hora da morte

talvez na hora da morte,
aos ouvidos do meu último abandono,
me confesse a vida que sou,

talvez na hora da morte,
ao deitar na treva suave
me sopre o código do corpo,
o último olhar branco.

de constante interpelo, uma apelação
como um silêncio, me faz partir o espelho
em mil pedaços revoltosos, tantos anos de azar,
pode a hora da morte antecipar-se.

e ao olhar a parede vazia,
vejo tudo o que sou.

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